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Fui chamada pela querida amiga da dança Carol Jianjulio para fazer uma live falando sobre as raízes da dança.

Para quem não me conhece, sou Fadua Chuffi, professora, bailarina e coreógrafa com mais de 30 anos de experiência na área e ensinado a dança oriental por uns 25 anos.

Tenho formação em ballet clássico, dança moderna, formação profissional como bailarina e professora de dança flamenca, e também das danças orientais e folclores árabes.

Tive a agraciada oportunidade de estudar estas modalidades com grandes mestres.

Nas artes árabes fui igualmente privilegiada com mestres também renomados como, Ibrahim Farrah, Yousry Sharif, Ghassan Fadlallah (ex-primeiro bailarino da companhia Caracalla).

Me lembro dos muitos valiosos ensinamentos do Ghassan, professor de folclore libanês e danças beduínas.

Além da aula dele que era muito disciplinada e com ensino de muita técnica, ele sempre dizia: “Se não soubermos as raízes das danças, estamos perdidos”.

Ao princípio quando escutamos isso, talvez não dêmos tanta importância, mas ao aprofundar-nos nas danças orientais e nas músicas, iremos perceber que a dança possui muitas bases provenientes dos diferentes e variados folclores dessa região.

Apesar de todas as influências e adaptações ocorridas na dança oriental, ela é uma expressão que nasceu de manifestações e expressões populares.

Nas mesmas composições musicais, encontramos momentos com arranjos que podem representar um determinado estilo folclórico, e, com esse conhecimento já assimilado em nossa mente e corpo, a expressividade e representação será totalmente diferente, tornando-se verdadeira tanto para o público quanto para a música.

Outro aspecto é o fato de que ao conhecer as raízes, a nossa maneira de expressar se torna totalmente diferente, mesmo executando uma dança oriental clássica, o nosso estilo terá outro “sabor”.

O conhecimento das raízes pode nos permitir também trabalhar com fusões que não se tornam “confusões” (como dizia meu grande mestre Ibrahim Bobby Farrah), mas um real resgate de estilos e tradições que exigem compreensão e prática.

Outro fator importante para irmos as bases fundamentais dos estudos, é a compreensão dos ritmos e a interpretação das melodias executadas nos ritmos.

O “escutar” e “interpretar” tanto ritmicamente como melodicamente é imprescindível para buscarmos a maestria e profissionalismo em nossa arte.

A arte é um estudo constante, esse aspecto é o que torna nossa profissão tão encantadora e enriquecedora, sem essa profundidade de estudos nosso conhecimento pode tornar-se superficial e limitado. Quanto mais sabemos, mais temos que aprender.

Agradeço a oportunidade proporcionada pela querida Carol Jianjulio, e que essa seja uma de muitas lives que virão, para conversarmos e trocarmos experiências!

Com carinho, Fadua Chuffi